Sobre Essa Bagaça

Eu sou a Nathália, e esse blog foi feito pra espalhar meu ódio, especialmente em relação à animes.
(Nathilustra, sacou? É tipo Nathália... E ilustra... Nathilustra... Genial, né?...)

domingo, 24 de janeiro de 2016

Life Is Strange: como estragar o final de um jogo

Ainda me sinto triste ao olhar pra essa imagem... Um jogo tão bonito que acabou como lixo no final.

Olá, amiguinhos! Aqui estou eu novamente, pronta pra ser hater e liberar meu ódio pra mais uma obra. Dessa vez a escolhida foi Life Is Strange, um jogo indie baseado em Escolhas feito pela empresa francesa DontNod.

PS: Se preparem porque vai ter muito hyperlink nessa postagem!


Se vocês repararam nas tags dessa postagem, devem ter percebido que entre elas tem a tag "casos à parte". Vou explicar o porquê disso: apesar de LiS ter ficado todo cagado no final, os primeiros quatro capítulos do jogo são praticamente perfeitos, e por isso, a crítica de hoje só se concentra no capítulo 5.

Pra quem não sabe, Life Is Strange foi dividido em cinco capítulos, que foram lançados a cada 3 ou 4 meses.


Infelizmente, não dá pra eu só falar do capítulo 5 antes de falar dos anteriores, então vou seguir a minha estrutura normal de review, só que mais concentrada na área "conclusão". Pronto, amiguinhos? Então vamos lá! (yaaaaaaay)


Premissa:


Life is Strange tem uma premissa realmente sensacional: a história gira em torno de Maxine Caufield, uma adolescente alternativa, rara e diferentona que vive a sua vida de boa na lagoa. Quer dizer, isso até presenciar uma menina sendo assassinada no banheiro do colégio. Após isso, Max ganha poderes de viagem no tempo e resolve usá-los pra ajudar o máximo de pessoas possível (onti). 

Já no primeiro capítulo, Max salva a garota de morrer no banheiro e depois descobre que ela era sua amiga de infância, Chloe Price (pois é, Max é tão amiga da Chloe que se esqueceu completamente da existência dela por mais de cinco anos..........)

Mas enfim, ao longo dos cinco capítulos, Max vai usando seus poderes, ajudando pessoas e recuperando o tempo que passou longe da Chloe (e vai rolando uns cola-velcro no meio, e pá). Ah, e vale lembrar uma coisa muito importante: Life Is Strange é um jogo de ESCOLHAS. Desde o primeiro capítulo o jogo te lembra que tudo o que você faz com seus poderes pode mudar o futuro da sua gameplay.


Personagens:


Falando resumidamente das protagonistas, Max é a menina introvertida, calma e que apesar de não ter muitos amigos e sofrer um certo "bullying" na escola, não tá nem aí pra isso. Gosto de dizer que ela prefere tirar fotos ao invés de se preocupar com isso. Já a Chloe é revoltada, fuma, bebe, usa armas e adora culpar as pessoas por TUDO que dá errado na vida dela. Resumindo, elas se completam. Clhoe ensina Max a se soltar e Max controla a Chloe quando precisa.


Resumo preciso do relacionamento das duas.


Além das duas, também temos uma infinidade de personagens secundários com seu próprio charme. Warren, o amigo da Max que foi jogado na Friendzone sem dó; Kate, a religiosa mais fofa do universo que começou a sofrer bullying depois de ter um vídeo sugestivo vazado na internet; David, o padrasto babaca e paranóico da Chloe; Ms. Jefferson, o professor gostosão e filho da puta; Alyssa, a uvinha rara e diferente que se fode TODO SANTO EPISÓDIO e Rachel Amber, uma garota que está desaparecida há meses e que possui uma ligação com Chloe.

(também tem um playboyzinho drogado chamado Nathan Prescott. Esse aqui merece um hyperlink só pra ele)


Personagens que eu falei na ordem.
(e tudo editado no paint porque estou com uma preguiça mórbida de abrir meu Photoshop)


Devo dizer que a DontNod fez um trabalho excelente com os personagens! Todos eles tiveram um arco muito bom ao longo de jogo. Quer dizer.... Quase todos. Ms Jefferson e Max tiveram um arco NEGATIVO, especialmente Max. Pois é, a PROTAGONISTA.


Você sabe que a coisa tá feia quando a personagem mais porcamente desenvolvida do jogo é a própria protagonista.


Eu vou detalhar mais pra frente, mas já começo agora: Ms Jefferson tava indo muito bem nos primeiros 4 capítulos, tanto é que ele só ficou cagado no último. E já que é do último capítulo que eu vou reclamar, vou dar um desconto pro meu querido professor.

Agora, a Max... Desde o capítulo 3 dá pra ver que tem alguma coisa errada com ela. Depois de reencontrar a Chloe, ela passa a usar os poderes dela pra fazer coisas totalmente idiotas (exemplo REAL: ficar voltando no tempo até a Chloe acertar o tiro de arma em uma garrafa no meio de um lixão).

Max também fica extremamente imprudente, começa a desobedecer regras da escola e até mesmo deixa o Warren totalmente de lado! Interessante observar que no começo do jogo fica mais do que claro que eles são melhores amigos, mas bastou a Chloe aparecer pra Max esquecer completamente do Warren.

Esse é o estado do Warren no capítulo quatro: apanhou pra salvar a Max do Nathan no capítulo um, tenta puxar assunto mas só leva fora, foi ignorado várias e várias vezes pela Max porque ela só queria saber da BÉSTI Chloe....
Pois é, ele fica muito desanimado nesse ponto. Me sinto mal por ele...


O ápice da jumentice da Max é no capítulo 5 (avá!), mas vou chegar nisso mais tarde. Enfim, agora vamos falar de como o jogo se desenrolou.


Desenvolvimento:


O desenvolvimento de Life Is Strange estava indo muito bem até o quarto capítulo. Durante a história, vemos o relacionamento de Max e Chloe se desenvolver, exploramos mais a história de Arcadia Bay (a cidade em que o jogo se passa), vemos como a família de Nathan Prescott monopoliza a cidade, investigamos sobre o desaparecimento misterioso de Rachel Amber, ajudamos personagens... E principalmente, salvamos a Chloe. E COMO SALVAMOS!

Pra quem não entende de viagem no tempo, existe uma coisa muito importante pra se lembrar: Viajem no tempo é uma coisa MUITO PERIGOSA! Afinal, é impossível saber as consequências de suas ações e como elas mudarão o futuro. No caso de Life Is Strange, Max impediu a Chloe de ser assassinada no banheiro (fun fact: quem matou ela foi o Nathan), e com isso começou a distorcer a realidade.

Como a Chloe deveria estar morta, o próprio mundo tenta matar ela de alguma forma. E ao longo do jogo, Chloe foi baleada, ficou presa em trilhos de trem, levou overdose de morfina em uma realidade paralela, sofreu acidente de carro na mesma realidade paralela e ficou TETRAPLÉGICA... Enfim, é uma lista extensa e maravilhosa, que serve pra te dar uma indireta bem interessante:

PARA DE SALVAR A CHLOE E DEIXA ELA MORRER DE UMA VEZ!!!!


No jogo, não foi explicado porque a Chloe precisava morrer naquela linha temporal, mas eu chuto que no futuro (bem futuro mesmo), ia acontecer alguma coisa que precisava da Chloe estar morta. Bem, digo isso porque no episódio 3 a Max vai pra uma realidade totalmente diferente só porque impediu o pai da Chloe de morrer quando elas tinham 13 anos. Então, é... Em Life Is Strange uma vida humana faz muita diferença.

Mas enfim, além de salvar a Chloe uma cacetada de vezes, em cada episódio existe um mini-conflito  e um evento bizarro que representa a realidade bugando porque UMA CERTA PESSOA não faz o favor de morrer.

No primeiro episódio não acontece praticamente porra nenhuma. Quer dizer, posso dar um descontinho porque é o capítulo de apresentação. O máximo que acontece é sabermos sobre o concurso "Heróis do Dia a Dia", um concurso de fotografia organizado por Ms Jefferson (Max não tem interesse nenhum em participar do concurso, e o jogador não tem a escolha de topar o desafio). O capítulo termina quando começa a cair neve em Arcadia Bay no meio do verão. Ah, e claro, é aqui que Max tem a visão de um tornado que vai destruir Arcadia Bay na sexta-feira.


Puxa vida, um tornado? QUEM SERÁ que é a responsável por tal atrocidade da natureza??????


No segundo, Max descobre que não pode ficar usando os poderes dela o tempo inteiro, porque isso faz o corpo dela se sobrecarregar (esse é o episódio das garrafas). Você também resolve alguns puzzles altamente irritantes, conversa com uma mendiga que sabe de TUDO e até mesmo salva a Kate de um suicídio (ou não. Depende das tuas respostas). Ele termina com um Eclipse Solar imprevisto.

Depois de usar demais os poderes, Max começa a sangrar pelo nariz e até chega a desmaiar. Fica mais do que claro que alterar o tempo só traz consequências pra todo mundo.


No terceiro episódio, descobrimos mais sobre Rachel Amber, invadimos a escola no meio da noite pra tomarmos um banho gostoso de piscina (não, eu não tô brincando), temos a opção de dar umas bitocas na Chloe e terminamos após alterar a realidade pra salvar o pai da nossa punk favorita (e não, você não tem escolha. Se você não alterar a realidade a história simplesmente não avança). Ele termina com você contemplando aquele mundo totalmente diferente e mais um monte de baleias encalhadas na praia.


"Olá, jovem Max, seria muito incômodo se você simplesmente PARASSE DE ALTERAR O TEMPO SÓ PRA DEIXAR A CHLOE FELIZ?!"


No quarto episódio, a porra fica séria. Descobrimos o que realmente aconteceu com a Rachel, achamos um esconderijo onde algum maluco sequestra garotas e as usa como modelos drogadas, vemos uma cena em que aparece DUAS LUAS no céu e temos o maior e MELHOR plot twist do jogo inteiro. Até o final do capítulo 4, todo mundo acreditava que o culpado de tudo era Nathan. 

Todos acreditavam que ele drogou a Kate durante a festa do Clube Vortex, todos acreditavam que ele era o culpado pelo desaparecimento da Rachel.... E não era por menos, porque TODAS as provas apontavam pra ele. No final das contas, ele era apenas mais um peão no jogo. O verdadeiro culpado de tudo era Ms Jefferson.

"Quem mandou não entrar no concurso, Max? EU FALEI PRA ENTRAR NO CONCURSO!"

Devo admitir, amiguinhos, foi um plano de mestre. Ms Jefferson sabia da condição mental de Nathan Prescott (sim, o moleque tinha problemas psicológicos sérios e mantinha em segredo), e usou isso pra fazer dele o "bode espiatório" da história. Com todas as provas apontadas pra Nathan, Ms Jefferson só precisou atrair Chloe e Max pro lixão usando o celular de Nathan.

Com isso, ele encurrala as duas, deixa a Max drogada com uma seringada no pescoço e faz isso aqui com a Chloe:


Viu? Mais um tiro pra coleção!


Esse aí foi o melhor capítulo do jogo. Teve adrenalina, plot twist e um mistério muito bem construído, seguindo aquela fórmula infalível e que sempre dá certo! (entendeu, Subete? Aprende a fazer um mistério decente!)

Até então, ficam alguns fios soltos na trama de Life Is Strange. Coisas como: personagens que pareciam saber mais do que aparentavam mas não eram explorados, contradições ao misturar lendas indígenas com teorias científicas sobre viagem no tempo, o mistério dos "espíritos animais" (eita, falta de foco!), o que REALMENTE aconteceu com Rachel (o corpo dela estava enterrado raso DEMAIS no lixão) e, é claro, a curiosidade de saber em quantos finais resultariam tantas escolhas ao longo do jogo.

Mas claro, ainda tinha mais um capítulo disponível! O capítulo 5 COM CERTEZA vai responder tudo isso e mais um pouco! Tô esperando pelo menos 10 FINAIS DIFERENTES! YAAAAAAAYYYYYYYYY!

E isso, amiguinhos, foi o que eu pensei. Foi o que MUITOS fãs de Life Is Strange esperaram. E no final das contas, fomos todos grotescamente iludidos de uma forma brutal.

Por quê isso sempre acontece comigo?......


Conclusão:

Então, pessoal, lembram quando eu falei de tudo o que tinha de bacana nos primeiros capítulos? Consequências pelas suas ações, mistérios envolvendo Arcadia Bay, o mistério maior ainda em torno de Rachel Amber, o sentimento mágico de ajudar pessoas e conseguir oportunidades melhores por voltar no tempo e falar coisas diferentes.... Supimpa, né?

Pois é, esquece de TUDO ISSO. ESQUECE. O quinto episódio destruiu absolutamente TUDO o que foi construído durante os capítulos anteriores. Enquanto no começo víamos uma variedade infinita de assuntos e mistérios, no final tudo virou Chloe. Chloe pra cá, Chloe pra lá, Chloe é tudo o que importa, Chloe é vida, Chloe é amor, Chloe me come.... Virou essa palhaçada.

Essa sou eu em 90% do capítulo 5.


Não me entendam mal, galera, eu também adoro a Max e a Chloe juntas, mas ficou simplesmente ridículo e decepcionante ver todo o potencial do jogo ser resumido a uma única personagem. Até mesmo coisas altamente importantes nos primeiros capítulos foram completamente esquecidas ou destruídas!

Por exemplo...

1- Samuel, o zelador da escola que sabia tudo sobre espíritos animais e lendas dos nativos indígenas: totalmente esquecido. Só foi mencionado uma única vez quando a Max tira uma das "fotos opcionais" do jogo.

2-Rachel Amber: mencionada no começo do capítulo em uma explicação redundante do Ms Jefferson.

3-Família Prescott: Ahn? Nunca ouvi falar deles.... Mas ouvi falar da CHLOE, PORQUE ELA É TUDO O QUE IMPORTA!!!!

4-Alyssa, a gordinha que todo episódio se fodia: se você salvou ela nos capítulos anteriores, ela te salva de uma placa que ia te esmagar no meio da cena do tornado. Se você não salvou ela antes, essa cena simplesmente não existe.

5- Warren: tem uma cena muito legal com ele, que pra mim é a melhor do capítulo todo. No final dela, você tem a opção de abraçar, beijar ou ir embora sem falar nada. Embora exista a opção do beijo, ele ficou extremamente mal feito e ficou bem claro que era um beijinho de dó.

6- O próprio Nathan: ao invés de fazerem um arco legal com ele no último capítulo, a DontNod simplesmente MATOU o personagem. Pois é, ele simplesmente MORRE.

7- Victoria Chase, a peguete do Nathan que encheu o saco da Max o jogo inteiro: No capítulo quatro, o jogador tem a opção de avisar que ela é provavelmente a próxima vítima da pessoa que sequestra as garotas. Não importa o que você escolhe: no capítulo 5, ela também é sequestrada e morre algum tempo depois. GENIAL!

Isso, é claro, sem falar do Ms Jefferson, que no final do capítulo quatro era um vilão badass e misterioso e no quinto capítulo virou uma coisa quase que caricata. Ele explicou certinho o plano dele, como se fosse um mestre do crime clichê e ainda fez isso ANTES de dar uma overdose de tranquilizante na Max, dando a oportunidade perfeita de ela escapar e contar pra todo mundo.

E pra completar o pacote gold.... Max. Minha nossa, ela foi realmente uma decepção. Lembram daquela menina altruísta e simpática do primeiro capítulo? Esquece, ela não existe mais. Max se transforma numa garota egoísta, imprudente e que não liga pra absolutamente NADA além da Chloe.

Max consegue a façanha de criar pelo menos 4 realidades alternativas em um único episódio só pra impedir a Chloe de morrer, e ainda por cima achando que aquilo resolveria TOTALMENTE o problema do tornado!

Em uma das realidades, Max consegue impedir a Kate e a Chloe de morrerem, faz o Nathan e o Jefferson serem presos e ganha o concurso dos Heróis Diários, ganhando também uma viagem pra São Francisco.
Infelizmente, a jumenta não conseguiu impedir o tornado, e descartou toda aquela realidade só pra voltar pra Arcadia Bay e ficar com a CHLOE.


Em diversos momentos, Max sangra pelo nariz de tanto usar os poderes, mas ela NUNCA morre e NUNCA desmaia. A única hora em que ela desmaia é na metade no capítulo, mas por pura conveniência do roteiro. Depois disso, começa a parte mais insuportável do capítulo 5.

Você começa a controlar Max enquanto ela está sonhando. Ela começa a pensar sobre todos os erros dela, tudo o que as pessoas acham dela e todas as realidades que ela destruiu só por uma pessoa. Mas vou te falar, foi um saco.

A gameplay ridícula do sonho vai de brincar de esconde-esconde com personagens malucos até resolver puzzles ridículos só pra continuar chorando sobre a Chloe. Além disso, Max alucina sobre personagens culpando ela por tudo, independente de suas escolhas. Kate, por exemplo, reclama com você mesmo se você salvou a vida dela no capítulo 2.

A única parte do sonho que presta é quando a Max encontra a "Outra Max", que eu gosto de chamar de "Maxine QUE PRESTA". A função dela é jogar umas verdades na cara da sua protagonista, mostrando que não vale a pena (e nunca valeu!) se sacrificar tanto por apenas uma pessoa sem nem ao menos pensar nas consequências.

Sério, eu amo tanto a Outra Max que não sei nem por onde começar! As verdades que ela fala são um deleite.


Ah, e uma coisa interessante proceis: Se vocês fuçarem no youtube, dá pra achar falas de Life Is Strange que não foram usadas na versão final do capítulo. Entre elas, temos MUITAS do pesadelo escroto da Max. Por exemplo, na cena em que ela alucina sobre a Chloe se pegando com um monte de gente, dava pra ouvir a Chloe de verdade tentando convencer a Max de que aquilo não era real (não faz muito sentido, eu sei......)

Além disso, a Rachel ia aparecer no sonho da Max (alguém me explica porque ela foi descartada?....) e várias falas na cena da outra Max traziam personagens jogando na cara da Max como ela é escrota. Warren, por exemplo, te chama de egoísta se você escolheu beijar ele, porque ele sabia que você não liga a mínima pra ele. Alguns outros npc's dizem pra Max que ela não tem o direito de destruir todos eles. Vocês já vão me entender.

Inclusive,  o link do vídeo está aqui pra quem quiser ver.


E bem, depois de rever literalmente TODAS as cenas entre Max e Chloe, nossa protagonista imbecil finalmente acorda do pesadelo, e percebe que está no farol perto da cidade, enquanto o furacão está atacando Arcadia Bay. Pois é, o tornado quer matar a Chloe mas não está seguindo ela. Genial.

Mas enfim, é nessa hora que temos a maior escolha do capítulo, que por sinal, é só dela que depende os finais (falo disso daqui a pouco). Ou você sacrifica a Chloe pra normalizar tudo (inclusive, foi a Chloe que decidiu pedir isso pra Max) ou você sacrifica A CIDADE INTEIRA e deixa a Chloe viva, e esse, amiguinhos, é o pior final que eu já vi na minha vida! (só perde pro de Mogeko Castle...)


E aí, moça? Tá afim de fazer o que deveria ter feito DESDE O COMEÇO ou quer ser a maior filha da puta e egoísta do universo inteiro?


Acreditem ou não, tem MUITA gente que escolhe sacrificar a cidade e acha esse o final mais genial do universo. E não, gente, não é. Sacrificando Arcadia Bay, você não faz nada além de deixar uma falha de enredo enorme, um sentimento de filhadaputagem e confirmar o que a Outra Max diz na hora do pesadelo ("você deixa um rastro de morte e destruição por onde passa!").

Vou falar primeiro do final de Sacrificar a Chloe, que é infinitamente melhor e mais coerente (tirando o fato de a Kate estar viva nesse final, porque no capítulo 2 você usa os seus poderes pra salvar ela). Nele, você volta no tempo com a primeira foto que você tirou no jogo: uma borboleta azul no banheiro em que a Chloe morreu.

Ao impedir a Chloe de morrer, tudo acontece como deveria: nada de tornado, Nathan é preso em flagrante por assassinar a garota e depois confessa pra polícia que o Jefferson também estava envolvido em esquemas... Enfim, dá tudo certo. A família da Chloe fica arrasada? Claro. Max fica triste por ter perdido a melhor amiga? Fica.

Mas é exatamente assim que tem que ser. Como a mendiga do segundo episódio disse, "não dá pra salvar a todos". Pessoas vivem e morrem todos os dias, e é impossível de impedir esse ciclo. Enquanto existem pessoas que morrem em paz durante a velhice, existem muitas adolescentes como a Chloe, que morrem esquecidas e achando que ninguém se importa com a existência dela.

E sabe, é assim mesmo que a vida funciona. A vida é injusta e a vida é estranha. (uoooouuu, consegui filosofar com o nome do joooooggooooooooo!)

Esses são vocês após verem minha LINDA filosofada sobre o primeiro final do jogo.
*clapclapclapclap*


E então, temos o outro final do jogo, aquele em que você sacrifica uma cidade inteira. É simplesmente horrível. Max rasga a foto e ela e Chloe se abraçam enquanto vêem o furacão destroçando a cidade inteira. No dia seguinte, as duas saem da cidade sorrindo como se nada tivesse acontecido. Elas não procuram sobreviventes e Chloe caga e anda pro fato da família inteira dela ter morrido (isso porque na cena anterior ela disse "minha mãe não merece morrer!").

O pior de tudo é que elas saem como se a dívida tivesse "sido paga", como se matar uma cidade inteira fizesse o mundo esquecer que a Chloe deveria estar morta. GENIUS! Não é assim que viagem no tempo funciona, gente. Quanto mais coisas se alteram, pior a situação fica!

Eu pessoalmente sei uma maneira perfeita de melhorar esse final: elas saem da cidade saltitando por aí, acontece algum acidente e a Chloe morre. Max tenta usar os poderes mas não consegue porque rasgou a primeira foto que ela tirou (aquela que na cena seguinte ela estava com poderes!). Após isso, Max se vira e vê a Outra Max dizendo sorrindo "viu? Você deixa um rasto de morte e destruição por onde passa!". 

E como escolha adicional, se você conversou com a mendiga no episódio 2, a Outra Max se transforma nela por menos de 1 segundo enquanto diz "eu tentei te avisar... Não pode salvar a todos!". E pronto, fim. O final fica um milhão de vezes melhor!

Se eu fosse a roteirista de Life Is Strange a coisa teria ficado muito mais refinada, né nom?


Mas enfim, além de só terem dois finais (sendo um deles ótimo e um deles uma piada), eles só dependem de uma única escolha que você faz no último capítulo. Ou seja, NADA do que você fez anteriormente faz diferença no final. Você pode deixar a Kate morrer, pode culpar o Ms Jefferson pela morte dela, pode ser uma filha da puta que não ajuda ninguém... No final, não muda nada.

Ah, só tem uma diferença: se durante o jogo você foi a favor da Chloe determinadas vezes, no final de sacrificar ela vocês se beijam na boca (exatamente, não tem beijo quando sacrifica a cidade). Pois é, só muda alguma coisa quando se trata da Chloe, porque CHLOE É TUDO O QUE IMPORTA! (ah, e não estou zoando tanto. A Max realmente ficou falando isso no final do jogo....)


Aham, ela é tudo o que importa. Aham, tô nem aí, caguei.


É realmente triste ver apenas dois finais sendo que existiam um milhão de possibilidades bacanas na internet. Alguns exemplos: a mendiga do segundo episódio é na verdade a Max presa num loop temporal; Rachel Amber está desaparecida porque também tem poderes e os usou imprudentemente, parando num limbo do espaço-tempo; Max morre após usar os poderes mais de 100 vezes durante a gameplay, aquela sugestão que eu dei de acrescentar a Chloe morrendo mesmo após sacrificar a cidade... É uma infinidade de escolhas melhores.

Mas bem, papo sério aqui: com quatro capítulos maravilhosos, uma coloração bonita e uma trilha sonora espetacular, Life Is Strange atraiu muitos fãs devotados. O problema é que quando chegou o capítulo 5, a maioria esmagadora deles se recusou a ver os erros do jogo. Por mais que eu goste de Life Is Strange, seria idiotice da minha parte fingir que a Max teve um ótimo arco, que os finais foram super bem feitos, e, principalmente, que eu não fui feita de trouxa.

NINGUÉM AQUI ME FAZ DE TROXA E SAI ILESO, MONAMU!


Vejam bem, se tem uma coisa que eu não gosto é ser enganada. E Life Is Strange definitivamente enganou TODO MUNDO. Durante 4 capítulos, vemos o jogo constantemente gritando pro jogador que TUDO o que ele fizesse teria consequências inesperadas no futuro. E adivinhem só, foi TUDO MENTIRA! Não importa se você foi legal ou babaca, no final é só matar Chloe ou o resto da cidade.

Não importa se você deixou gente morrer, explorou a fundo os cenários ou deixou tudo passar nas coxas: o final é SEMPRE O MESMO! Eu praticamente me senti jogando o final de Lollipop Chainsaw: divirta-se matando zumbis e no final você que escolhe se todo mundo se salva ou se fode. Mas olhem só, Life Is Strange é um jogo de ESCOLHAS!

Jogos de escolhas deveriam mudar o rumo da história de maneira extrema, mas isso nunca acontece em Life Is Strange! Como exemplo prático, vou mostrar pra vocês dois infográficos dos meus jogos de escolhas preferidos: The Stanley Parable e Undertale (ainda vou fazer uma análise só sobre jogos de escolhas)

Todos os finais disponíveis, e cada um deles muda a cada mínima escolha do jogador
(clique pra ampliar)



Linha do tempo e escolhas primordiais de Undertale
(e olha que ainda tá faltando informação!)
(boa sorte tentando ler)



Enquanto isso, em Life Is Strange....


Eu que fiz! Representa perfeitamente tudo o que você pode ver no jogo.


Bom, acho que deu pra entender, né? Life Is Strange é um jogo que começou maravilhosamente bem. Bons personagens, trilha sonora fenomenal, premissa fantástica... E um final ridículo, onde a protagonista decai a um nível abissal, mais da metade do capítulo é gasta só com o sonho da Max e as escolhas são todas jogadas num incinerador escaldante movido à bosta.


Classificação:
Jogue só até o Capítulo 4. Acredite, não está perdendo nada.


Tchau amiguinhos, e por favor, me mandem conselhos ruins pra final de postagem. Minhas ideias acabaram...

2 comentários:

  1. Realmente, o último capítulo é um saco. Me lembro de ficar extremamente puto na parte do "puzzle" dos armários e sair correndo que nem um filho da puta daquele guardinha desgraçado, dando 300 rewinds no meio do processo (como se os poderes dela não a tivessem feito quase morrer antes). E todo aquele draminha pré-adolescente? Tipo: "você tem que confiar em mim", "você é tudo que eu preciso". Passei 3/4 do tempo estuprando o Space numa tentativa de passar essas malditas cutscenes... em vão.
    A verdade é que esse jogo tinha tudo para se tornar um épico. Não sou muito chegado nessas historinhas de super poderes e sci-fi gratuito, mas quando esses elementos são explorados apenas para dar vasão ao verdadeiro enredo, eu tenho de admitir que fica muito pica.
    Mas, a DontNod tinha que foder a porra toda. Confesso que o final não me surpreendeu em nada. Na verdade, essa questão de "salvar um, matar todos, ou vice versa" é uma dilema moral bem comum (tanto que joguei uma vn chamada Crimson Gray esse dias que citava esse mesmo dilema), não poderia ser mais clichê.
    Porém, justiça seja feita: eu acho incrível como o jogo faz você se deparar com todos as cagadas que você comete. Por exemplo quando o David te salva no final (no meu caso, eu decidi foder com ele) ou quando você encontra o Frank no Two Wales (sim, eu também fodi com ele). Fiquei com dó até da Victoria, aquela puta. E pior ainda é saber que minha inclinação inicial para escolher a Chloe sobre toda Arcadia Bay não foi nenhum pouco abalada por todas essas cenas. Só que tive de deixar ela morrer no final... fazer o que? É por isso que se chamada dilema.

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  2. Gosto da sua sinceridade moca
    Aínda bem que li sua postagem, estáva em crise com medo das minhas decisões durante todo o jogo.
    Abraços 😘

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