Sobre Essa Bagaça

Eu sou a Nathália, e esse blog foi feito pra espalhar meu ódio, especialmente em relação à animes.
(Nathilustra, sacou? É tipo Nathália... E ilustra... Nathilustra... Genial, né?...)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Subete Ga F Ni Naru: "F" de "Foda-se"

Pra quem não sabe, essa imagem promocional é uma referência ao pintor holandês E.M. Escher (exemplo aqui, ó).
Mas ela foi usada só pra dar um impacto "pseudo-intelectual", porque o pintor não é mencionado nenhuma vez durante o anime....


Hey, amiguinhos! Aqui estou eu, retornada das trevas, pra fazer o que eu faço de melhor: ser hater, falar mal de animes e, principalmente, impedir que meus queridos leitores percam seu tempo com uma obra sofrível! Dessa vez, a podreira escolhida foi Subete Ga F Ni Naru.

PS: Se preparem, essa review vai ser grandinha.

Depois da sofrência pura que foi assistir Diabolik Lovers e ainda fazer um monte de análises semanais sobre aquela coisa, eu decidi assistir algum anime da temporada (além de One Punch Man, é claro!). Depois de dar uma pesquisadinha, resolvi assistir Subete; um anime de mistério feito pra adultos, com um bom character design e trilha sonora altamente cativante (isso sem falar da premissa intelectual e diálogos filosóficos).

E eu fiquei empolgadaça, porque faz tempo que eu tô procurando um bom anime de mistério (destaque pro verbo no presente), ainda mais porque o blog Elfen Lied Brasil fez excelentes comentários sobre os primeiros episódios, que se provaram verdadeiros! Uau!

Yash! Esse anime vai ser ÓTIMO!


E foi o que eu pensei... Ah, como eu sou iludida....

(sou uma pessoa azarada, e infelizmente essa reação acontece comigo numa frequência absurda)


Mas de qualquer forma, acho que enrolei demais com essa introdução. Tá na hora de começar direito essa review!


Premissa:


A história gira em torno de Saikawa Souhei (um cara irritantemente filosófico e fumante), Nishinosono Moe (uma menina chata que quer comer o corpo do Saikawa - É, a personalidade dela só vai até isso aí) e Magata Shiki (uma gênio prodígio de múltiplas personalidades que foi acusada de assassinar os próprios pais e por isso vive trancada num quarto em seu laboratório de pesquisa).

A merda já começa aí, porque o crime dela tinha testemunhas, e mesmo que ela fosse menor de idade na época, já deveria ter sido jogada numa prisão comum. Mas nãããão, quem liga pra consistência de roteiro, certo? Vamos jogar a cientista sociopata e amalucada com múltiplas personalidades em um quarto numa ilha isolada sem NENHUMA câmera no quarto dela. UHUL!

E não, eu não fui irônica no último parágrafo. Tudo o que eu falei aí acontece mesmo. Uau. Mas de qualquer forma, isso aí não dura muito, porque no terceiro episódio a doutora Magata é encontrada morta, sendo que a porta do quarto dela ficou trancada por 15 anos (sim, o mistério do anime demora 3 episódios pra ser inserido. Enrolação do capeta).

Pra vocês terem noção, os primeiros episódios ficaram tão entupidos de encheção de linguiça e diálogos "pseudo-filosóficos" que eu nem me lembro do que aconteceu neles.


E é aí que o anime realmente começa. Saikawa e Moe começam a procurar por pistas, porque por conveniência do roteiro eles estavam no laboratório da Magata (eles nem trabalhavam lá........). Quer dizer, deveria começar, mas a sensação que dá é assistir um bando de gente idiota andando em círculos, se recusando a achar a resposta do mistério (que estava tão óbvia que só faltava uma placa neon pra completar o pacote gold). Mais pra frente eu detalho isso.


Personagens:


Falei dos protagonistas, e é só deles que dá pra falar. O resto dos personagens emanam uma aura pesada de "figurantes", sendo totalmente esquecíveis e superficiais como uma folha de papel Chamequinho. Okay, eu vou ser sincera: os protagonistas também sofrem com isso. Sofrem DEMAIS, inclusive.

Começando por Saikawa: ele é um cara simplesmente indecifrável. Não dá pra acompanhar a linha de raciocínio dele. Ele fala de um modo altamente mecânico, e até quando ele explica o que estava pensando não faz sentido nenhum. Ah, claro, e como esse anime deveria ser um "seinen" (público alvo: adultos), tem que ter um cara "filósofo" no meio, e o Saikawa foi escolhido. Mas adivinhem só: ficou uma bosta!

Como se isso fosse novidade!...

Subete Ga F Ni Naru chegou ao ponto de concluir que pra criar um personagem "inteligente" é só fazer ele ser inexpressivo, irritantemente fechado e com a mania de responder qualquer pergunta com um monólogo chato e boboca sobre a humanidade, a existência, a vida, o universo e tudo mais. Uau. Não acreditam em mim? Então dêem uma leve checada nessa cena abaixo:

Caceta, ela só perguntou aonde você compra as tuas camisetas! Qual é a dificuldade de responder isso?!
(Clica pra ler a imagem. Sério.)

T-tá bom, já entendi... Pode parar de estimular o diálogo, Moe....

Ela só perguntou se você tá bem!!! RESPONDE DIREITO!!!
AUISHUHGFLKZSGFKAJDHGVKBZNJSVKJFV

Depois disso, Saikawa começa um (outro) monólogo ainda mais irritante sobre "o que somos, de onde viemos e para onde vamos". A atenção dada pra essas perguntas na cena dá a impressão de que elas tem alguma utilidade pra trama, mas não. Foi apenas uma desculpa pra fazer o nosso fumante aqui parecer um cara intelectual. Que bosta.

Certo, deu pra entender que o Saikawa é um tédio puro, certo? Agora vamos pra Moe. Ela é uma pirralha chata, mimada e cujo único objetivo de vida é comer o Saikawa. Sério, é só isso mesmo.

Isso é que é personagem bem desenvolvida, hein? Profunda como um pires!


Toda hora ela fica com ciuminhos dele, inclusive em momentos cruciais da trama que deveriam se focar em resolver o mistério. Ah, e claro, ela também é a personagem lerdinha feita pra ouvir explicações, porque se todo mundo no anime for inteligente não tem como o público entender nada. Quer dizer, isso é o que Subete diz de maneira indireta.

Uau, até agora estamos indo muito bem, né? Um fumante confuso e uma pirralha ciumenta. Isso sim é que são protagonistas de qualidade!


E após as folhinhas de papel Chamequinho que foram Saikawa e Moe, está na hora de vocês conhecerem a personagem que é possivelmente a mais desenvolvida no anime. Mesmo que ela seja uma maluca bitolada e tenha aparecido em pouquíssimos episódios (é, a coisa tá feia aqui...): Magata Shiki, é claro! Uma sociopata que desenvolveu múltiplas personalidades e um QI de gênio desde criança e que assassinou os próprios pais por ter uma ideia distorcida de "liberdade" (senti uma pegada meio "Nietzsche" aqui, mas deve ter sido só coincidência mesmo....).

Fotinho dela pra vocês verem. (e interessante observar que ela nem é assim na realidade. Essa é só uma projeção dela mais nova em uma realidade virtual. Não faz sentido? É, eu sei.)


Mas é claro, existem muitas coisas erradas com essa personagem: primeiro, ela quase não aparece fisicamente, fazendo com que na verdade ela seja uma personagem secundária. Segundo, apesar de ser secundária, TODA a história do anime gira em torno dela, fazendo com que Saikawa e Moe pareçam mais ainda com simples figurantes. Terceiro, ela teve um arco horroroso. Seus motivos foram explicados de maneira porca, e a maneira como ela enganou todo mundo foi mais porca ainda (calma, já já eu falo disso).

É... Esses aí são os personagens "importantes" de Subete. Todos os outros são meros figurantes que não desempenham nem mesmo a função de testemunhas ou suspeitos do "assassinato" de Magata. A polícia cai no clichê de "burros e figurantes" do mistério, os integrantes do laboratório não desempenham nenhum papel no desenvolvimento da trama e, por incrível que pareça, nenhum dos personagens fica abalado por muito tempo pela morte da Shiki. Foi algo como "oh mah god, ela morreu! Okay, triste, agora de volta ao trabalho!"



Desenvolvimento:


*longo suspiro* Bom amiguinhos, vou contar pra vocês uma coisa muito interessante: mistério é o gênero mais fácil de se trabalhar no universo inteiro. E sabem por quê? Porque ele tem uma fórmula prontinha, que pode ser usada à vontade e sempre vai dar certo. E essa fórmula é: Crime, Vítimas, Suspeitos, Pistas e uma explicação no final de tudo o que aconteceu (e dos motivos que levaram o culpado a cometer o crime).

Mas por incrível que pareça, sempre aparecem engraçadinhos por aí querendo sair dessa fórmula e mostrarem pra todo mundo que são os "diferentões e revolucionários" do gênero mistério. E adivinha só: SEMPRE FICA UMA BOSTA! Another, Diabolik Lovers (le vomita), Amnesia e Subete foram animes que tentaram fazer uma construção de mistério diferenciada e estragaram tudo no meio do processo.

Eu me lembro de muuuita gente falando mal do jogo Until Dawn, alegando que tinha uma construção de mistério horrível (além de outros defeitos), mas vou falar pra vocês: eu achei ótima! As pistas espalhadas ao longo da história já permitiam descobrir quem era o suposto "Psicopata", e inclusive ele mesmo explica como organizou tudo quando revelou sua identidade.

Inclusive, amiguinhos, altamente recomendo Until Dawn :)


E fala sério, até Scooby Doo consegue reproduzir perfeitamente como se faz um bom mistério! Não importava qual o episódio: as pistas, suspeitos e explicações sempre surpreendiam o expectador! Eu me lembro de sempre aguardar ansiosa a explicação da Velma, esclarecendo todo o mistério pra turma. Era sensacional!

Enquanto isso, Subete....

Meh.


Okay, vamos definir melhor a tragédia: ao invés de descobrirmos a história da Magata ao longo de pistas encontradas por Saikawa e Moe, simplesmente nos deparamos com flashbacks auto-explicativos antes mesmo do assassinato da Doutora Doida acontecer! Ou seja, no quinto episódio já sabemos toda a história de fundo da Shiki e fica muito mais do que claro que ela engravidou do tio. Consequentemente, fica mais claro ainda que quem morreu no terceiro episódio foi na realidade a filha da Shiki, e não a Shiki em si.

Afinal, duh, é meio óbvio que seria impossível ela ter a mesma aparência de 13 anos depois de 15 anos trancada num quarto. Duh. Mas claro, Moe passou boa parte da trama insistindo que a Shiki não envelheceu porque passou muito tempo num quarto. Claro, claro, todo mundo sabe que ficar isolada num cárcere privado de luxo te deixa permanentemente com carinha de bebê. GENIUS.

E por falar em "genius", houve um recurso na adaptação pra anime que gerou um monte de falhas no enredo. Sim, "adaptação". Sebete Ga F Ni Naru é originalmente uma série de livros, que inclusive ganhou uma adaptação pra novela bem antes do anime sair. Na história original, o recurso da "tecnologia" não está presente. Isso mesmo: nada de sistemas operacionais com inteligência artificial, nada de carrinhos de comida motorizados, nada de processadores de comida que também picotam partes do corpo da vítima.

Vou dar alguns exemplos de plot hole pra vocês: quando a Doutora Doida é "assassinada" (entre aspas porque é na verdade a filha dela), o cadável "dela" sai do quarto em cima de um carrinho motorizado. E esse cadáver está sem os braços e pernas. Esse detalhe faz com que Saikawa e Moe percam um tempo enorme do anime se perguntando porque os membros da Magata foram cortados.

E só por curiosidade: essa aí é a cena na novel da "Magata morta" saindo do quarto dela.


Na obra original, os membros dela são cortados simplesmente porque o carrinho tem um limite de peso, e cortando eles o carrinho não tinha o risco de desabar. Simples, satisfatório e rapidamente explicado. Mas no anime, haha.... Começaram a viajar loucamente. Os braços foram cortados porque "o assassino precisava das digitais da Magata pra abrir as portas do laboratório". Claro, é uma ótima ideia cadastrar as impressões digitais de uma sociopata. Nem tem a possibilidade óbvia de ela mesma usar as próprias impressões digitais pra fugir do laboratório por conta própria. Genial.

Quanto às pernas da Magata... Nunca explicaram no anime. Saikawa começava a filosovar sobre o sentido da vida e a simbologia de cortar as pernas da Doutora Doida mas nunca explicava nada.

Isso sim é que é adaptação de qualidade, não é mesmo?...
*palmas irônicas*


Mais outro plot hole: quem é que, em sã consciência e no meio do século 21, tem a PACHORRA de colocar câmeras em todo o laboratório... Menos nos elevadores e no quarto da Shiki? Sério, QUEM?! Como que uma criminosa sociopata e amalucada passou 15 anos dentro de um quarto sem NUNCA ser vigiada?!

Sério, se tivesse uma mísera câmera dentro do quarto da Magata nada disso teria acontecido. E não vamos esquecer que após sair do quarto (a Magata de verdade, e não a filha morta), ela deu conta de apagar as luzes do laboratório inteiro (que funcionava num sistema operacional que ELA MESMA criou) e ainda por cima entrou no elevador, correu até o terraço do prédio, matou o tio dela que estava pilotando um helicóptero e ainda por cima trocou de roupa na velocidade da luz pra fingir que era a irmã gêmea perdida que na verdade NUNCA EXISTIU!!!

Ah, que foi? Não entenderam? Acharam que isso tudo aí não fez sentido? EU DIGO O MESMO!!! NÃO FAZ SENTIDO! 



O simples fato de existir tecnologia avançada no anime cria uma sucessão interminável de plot holes. É ÓBVIO que a Magata acharia uma maneira de programar o sistema pra falhar no dia do plano dela, afinal, ELA QUE DESENVOLVEU! É óbvio que o "F" da frase "Subete Ga F Ni Naru" significava "Fiftheen", e mesmo assim Saikawa e Moe continuaram moendo e moendo a letra até onde deu, como se fosse a coisa mais importante do mundo. É ÓBVIO que a Magata estava viva, porque os flashbacks esfregaram na cara do espectador que ela teve uma filha com o próprio tio! É TUDO ÓBVIO!!!!!

(são tantos plot holes que me sinto contemplando um queijo suíço de baixa qualidade)


Ou seja, durante todos os onze episódios, os personagens não fazem nada além de soltarem discursos vazios, filosofias estúpidas e sem sentido, e claro, andar em círculos no mistério. Andar MUITO em círculos. Pistas e mais pistas que ou já foram descobertas ou estão gritantemente óbvias, e mesmo assim ninguém faz o favor de resolver logo o mistério e acabar de vez com o meu sofrimento.

Ah não, pera, tem alguém que faz algo diferente. Moe passa praticamente o anime inteiro tendo crise de ciúmes pelo Saikawa e flashbacks sobre a morte dos pais dela (como se isso fizesse alguma diferença pra história). Uau. Mágico.

Conclusão:


Por incrível que pareça, a conclusão na verdade acontece no penúltimo episódio. Tudo o que a história tinha pra dar termina ali. Quer dizer, tudo o que restava daquela porcaria, porque enrolaram até onde deu e insistiram em fazer mais um último episódio, como se ainda houvesse algo pra contar.

Praticamente todo mundo que odiou Subete teve a mesma opinião sobre a história: plot holes infinitos, história altamente enrolada de 11 episódios que poderia facilmente ser resumida em no máximo 5, ausência de explicações plausíveis e construção PORCA de personagens.

Digamos... Como o mistério era ridículo e a filosofia era ofensiva, tudo o que restava em Subete era esperar Saikawa e Moe se pegarem loucamente. Mas nem isso aconteceu: em 11 longos episódios com 22 minutos à disposição, nenhum sentimento extra aflorou entre os dois. Mas eu devia ter esperado isso... Não dá pra personagens ocos construírem relacionamentos (vide Diabolik Lovers. Eca.).

Então em resumo, o quê temos em Subete Ga F Ni Naru? Uma premissa perigosamente ousada, uma adaptação sofrível, personagens do tipo "papel Chamequinho" e a típica desculpa esfarrapada do "é questão de interpretação" pra fingir que não existem plot holes na história.

Não quero nem comentar sobre o fato de TODO MUNDO no laboratório da Magata falar que ela tem uma irmã perdida sendo que a tal da "Miki" nunca existiu. Simplesmente não existe explicação.


Mas olha só, amiguinhos, tem um lado bom nisso tudo: por mais ruim e falho que Subete seja, as pessoas droparam ou odiaram ele por se sentirem ENTEDIADOS ao assistir os episódios (eu mesma não dropei o anime porque não sentia absolutamente nada assistindo ele). E todo mundo sabe que ninguém se lembra de coisas entediantes, certo? (Star Wars Holiday Special tá aí de prova).

Isso significa que em pouco tempo, ninguém mais se lembrará de Subete Ga F Ni Naru e sua adaptação trágica! YAAAAAY!

Classificação:
Esquecível, MUITO esquecível.


Tchau, amiguinhos, e hoje estou tão revolts que nem vai ter lição de moral. VLWS FLWS.

4 comentários:

  1. por isso q essa merda de blogzinho não foi pra frente

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  2. Li tudo que escreveu, mas discordo de algumas coisas.

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  3. Krlh q hate forçado no anime, é apenas um anime com bastante diálogo e umas metáforas, é anime pra um público específico, nesse caso o cara q escreveu n curte animes assim e deu essa forçada, quem curte mistério e até umas filosofias vale a pena assistir

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  4. Você apenas esqueceu de um detalhe que anula várias das suas críticas: a Dra. Magata era legalmente* inocente, então ela não foi presa no laboratório. Não só isso, foi explicitamente dito que ela própria escolheu de livre e espontânea vontade se trancar naquele laboratório, e é justamente por isso que muitas coisas são como são (como ela desenvolver o sistema que eles usam e não ter câmeras nos locais onde ela vivia, por exemplo).

    Eu acho que você apenas forçou para que essa sua crítica acontecesse, como se o anime realmente tivesse esses problemas. Eu pude ver alguns traços da sua personalidade pelo texto, e isso é só deplorável.

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